Não desista!

A pedido de leitores, escrevo aqui uma breve reflexão sobre o tema do desânimo. Bem, se você não é um daqueles que me pediram para escrever sobre o assunto talvez nem esteja sofrendo desse mal neste exato momento mas, certamente, você já se sentiu desanimado em algum tempo de sua vida e sabe muito bem o quão desagradável é.

O desânimo é um estado de abatimento da alma que vai desde a apatia (falta de emoção, motivação e entusiasmo) até a distimia (transtorno de humor acompanhado de depressão crônica com dois ou mais anos de duração). A distimia é uma forma de desordem de humor da depressão que se estende por mais tempo e se caracteriza pela falta de prazer ou de envolvimento com a vida. O distímico pode até não se sentir privado de suas tarefas e obrigações mas, se sente tolhido de desfrutar a vida em sua totalidade. Casos severos de distimia podem até levar a morte e, por isso mesmo, recomenda-se que pessoas distímicas submetam-se a uma condição psiquiátrica clínica. Já a apatia é considerada uma depressão num nível mais moderado mas nem por isso ela seja menos perigosa. O termo apatia provém de uma expressão grega clássica: apatheia que significa "tudo aquilo que afeta o corpo ou a alma". Portanto, o desânimo é mesmo um mal a ser erradicado.

Essa desordem de humor pode ser desencadeada por vários fatores: fracassos e decepções pessoais; falta de perspectivas; frustrações na vida amorosa, no trabalho; perda de pessoas queridas; fruto de ingratidão; ou ainda, ser o resultado de uma crise na qual um indivíduo não consegue responder aos estímulos da vida emocional, social ou física (além de muitos outros). Daí, esse estado de indiferença ser também caracterizado pelo desinteresse à vida e, consequentemente, pela falta de persistência.

Minha oração e rogo é que semeadores do Reino possam provar do fruto da semente que pregam antes de semeá-la. Afinal, "quem ouve estas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia". (Mateus 7:26)

No entanto, é em momentos como esse em que nos sentimos no fundo do poço, desolados e sem qualquer perspectiva e esperança, que Deus se revela como o socorro bem presente na hora da angústia. O único plenamente capaz de nos soerguer e nos ajudar a reverter nossos aparentes insucessos e eventuais fracassos em vitórias até então inimagináveis. Creia em Deus e, como diz o Salmo 27:14 "Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois em Deus"

Não desista! Continue firme... lute uma vez mais. Quem sabe não existisse (ou não fosse tão funcional) toda a tecnologia de que desfrutamos, se Thomas Edison, após centenas de tentativas frustradas, não tivesse tentado mais uma única vez fazer a lâmpada funcionar. De igual modo, sabe lá o que teria sido de Abraham Lincoln se ele tivesse desistido após perder várias eleições importantes em sua trajetória política. O que teria sido do homem cego em Jericó (Marcos 10.46), da mulher que havia doze anos sofria com um fluxo de sangue que não parava (Lucas 8.43), dos dez leprosos exilados à entrada de sua aldeia (Lucas 17.11-12), do paralítico que esperou trinta e oito anos anos à beira do tanque de Betesda por sua vez de ser curado (João 5.1-5)? O que seria deles se tivessem deixado se marcar pelo desânimo e desistido de lutar?

Eles não desistiram! Mesmo em face das maiores dificuldades e barreiras, mesmo quando alguns lhes diziam que não seriam capazes de alcançar seus objetivos, ou que eles estavam perdendo seu tempo ao esperar pelo sucesso do que insistiam crer e pelo qual insistiam em alcançar... eles não desanimaram. A coragem e a perseverança fez com que eles entrassem pra história deixando os maiores testemunhos de vida e lições de uma verdadeira motivação. Eles creram. Ousaram seguir em frente sem titubear. A mulher alcançou a cura. O cego passou a enxergar. Os leprosos ficaram completamente limpos e o paralítico começou a andar. Lembre-se, talvez o fracasso de hoje seja a porta do sucesso que Deus está abrindo para você amanhã.

Esta crise vai passar... A propósito, a palavra crise é oriunda do latin, cujo termo tem a mesma equivalência da palavra vento. Nesta perspectiva, embora algumas crises possam ser mais fortes do que outras, e/ou de ordens diferentes, elas sempre vem e passam... são como o vento! E, de maneira geral, nos proporcionam aprendizagem – o que corresponde diretamente a questão do equilíbrio e da sabedoria para viver em momentos de tribulação e vulnerabilidade. Muito embora as crises sejam, em geral, momentos de tensão, nem toda a crise significa necessariamente um momento de risco ou perda.

Na verdade, períodos assim podem ser encarados como benção por trazer consigo a oportunidade de progresso, conquista e crescimento. A criatividade nasce da necessidade. Na angústia aprendemos sobre resistência. E a vida se forja em meio aos desafios. A superação da crise conduz à criação de novos equilíbrios. Jesus advertiu seus discípulos, assegurando-lhes: Neste mundo tereis aflições. Contudo, tenham bom ânimo. (João 16.33) e o apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas dizendo: "E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. (Gl 6.9).

Não desista! Que Deus te abençoe.